# 028

das vontades repentinas

vontade de imitar macaco no meio da rua;
de andar de bicicleta em volta da lagoa;
de gritar pro nada e por nada;
de beijar qualquer pessoa;
de dar gargalhada;
de viajar de trem pra um lugar que não conheço;
de segurar uma placa no aeroporto com nome de alguém desconhecido;
de comer pipoca doce;
de correr na rua;
de brincar de esconde-esconde;
de ganhar um abraço forte;
de ouvir uma música boa;
de ficar debaixo da minha árvore;
de não ir trabalhar;

ah.... vontade de comer vida.

# 027

* de sabão e de sopro


e no meio da rua perigosa do centro, de madrugada, onde só poucos carros, putas e homens mal encarados passavam, no passeio do canteiro central lá estava uma figura sentada.

parecia com frio, mas fingia não estar. ventava um pouco e o ônibus só passaria dali a uns 40 minutos.

no seu ponto de ônibus não tinha mais ninguém, no outro, um pouco mais pro lado, tinha um bêbado que gritava repetidamente uma frase que não dava pra entender.

sem mais o que fazer, sacou do bolso um potinho que ganhara numa festa um pouco antes, o abriu, olhou pros lados e segurou a tampa em frente à boca e assoprou tímido...

de repente a rua se enche de bolhas de sabão. muitas... e as pessoas que passavam dentro dos carros olhavam (e atropelavam) as bolhas. dava pra perceber certa pena no olhar de algumas, outras ensaiavam um sorriso.

o importante era a cena... bolhas de sabão numa rua do centro de madrugada...

# 026

Já foi

daí no domingo, véspera do dia D, (ou seria dia M de monografia?) acordo mais eufórico, ansioso e histérico que o normal.

Depois de um sábado de sambinha no Ziriguidum com Seleta, acordei tarde e fui pra casa... a pé.
Isso... caminhando do Santa Terezinha até depois da lagoa da Pampulha em frente ao Via Brasil.

E por quê? Só porque deu na telha. Assim como deu na telha andar cantando alto no caminho, mesmo com as pessoas olhando com aquela cara: "tadinho, tão novo e já assim..." tudo bem.

Show do Pato Fu à noite com pulo e pé machucado.

Noite de ansiedade e sem dormir.

E atraso (por incrível que pareça dos professores) de 25 minutos na segunda antes de começar minha defesa da monografia.

calcanhar tremendo, e doendo por causa do show.
mãos que não paravam.
suor, muito suor.
vazio no estômago.
e...

Ufa!

Deu tudo certo.

Tô formado. =)

Já deu.